quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O papado à luz da bíblia e da história.

INTRODUÇÃO

1. Segundo os historiadores católicos já tivemos 266 papas. A morte de João Paulo II, o terceiro mais longo pontificado da história, reacendeu na mente do povo o dogma da legitimidade e infalibilidade do papa. 200 chefes de Estado estiveram no funeral, que foi acompanhado por mais 2 milhões de pessoas. A imprensa deu larga cobertura à questão do pontificado romano.

2. Em virtude desse momento de transição, urge-se esclarecer essa momentosa questão à luz das Escrituras e da História.

3. A Igreja Católica Apostólica Romana não é um seguimento legítimo do Cristianismo Bíblico – Precisamos iniciar com uma questão de definição. O nome Igreja Católica Apostólica Romana é uma impropriedade gritante: Ela não é igreja, nem católica, nem apostólica. É apenas Romana. Calvino diz: “Roma não é uma igreja e o papa não é um bispo. Não pode ser mãe das igrejas, aquela que não é igreja, e nem pode ser príncipe dos bispos, aquele que não é bispo.” (Institutas p. 903).

4. O catolicismo romano não é a primeira igreja cristã – A igreja cristã, de onde procedem todas as outras. Até o quarto século não havia denominações. O catolicismo romano é um desvio da religião cristã e a Reforma uma volta ao cristianismo bíblico.

5. O papado é a espinha dorsal do catolicismo romano – Todo o edifício está construído sobre um falso fundamento de que Pedro é a pedra sobre a qual a igreja de Cristo está fundada e que Pedro foi o primeiro papa e que os papas são sucessores legítimos de Pedro.

6. Neste estudo vamos examinar esse importante assunto à luz da Bíblia, da teologia e da história.

I. PEDRO NUNCA FOI PAPA
1. O texto básico usado para provar o primado de Pedro está mal interpretado pelo catolicismo romano
Para os romanistas, Mateus 16:18 é a carta magna do papado. Três são interpretações sobre quem é a pedra: 1) Pedro; 2) A declaração de Pedro; 3) Cristo.

Vamos examinar este texto dedicadamente para tirarmos nossas conclusões:
1) Pedro Pétros é fragmento de pedra, enquanto Pétra é rocha.
2) Pétros é um substantivo masculino, enquanto Pétra é um substantivo feminino.
3) O demonstrativo te toute (essa) encontra-se no feminino, ligando-se, portanto, gramatical e logicamente à palavra feminina Pétra, à qual imediatamente procede. O demonstrativo feminino não pode concordar em número e gênero com um substantivo masculino.
4) Se Cristo tencionasse estabelecer Pedro como fundamento da igreja teria dito: “Tu és Pedro e sobre ti (epi soi) edificarei a minha igreja”.
5) Todo o contexto próximo está focado na Pessoa de Cristo: 1) A opinião do povo a seu respeito como Filho do Homem (termo messiânico); 2) a opinião dos discípulos a seu respeito; 3) a correta declaração de Pedro de sua messianidade e divindade; 4) A declaração de Jesus de que ele é o fundamento, o dono, o edificador e protetor da igreja; 5) A declaração de que ele veio para morrer; 6) A demonstração da sua glória na transfiguração. Não se tratava de uma conversa particular de Pedro com Cristo, mas numa dinâmica de grupo onde Jesus discutia o propósito da sua vinda ao mundo (Mt 16:13-23).
6) O contexto mostra que Jesus está se referindo a si na terceira pessoa desde o começo e isso concorda com o uso que faz de Pétra na terceira pessoa. Veja outros exemplos quando Cristo usou a terceira pessoa (Jo 2:19,21; Mt 21:42-44)
7) Jesus elogiou a Pedro pela inspirada declaração de que Cristo é o Filho do Deus vivo, e é sobre essa Pétra, Cristo, que a igreja é fundada.
Os teólogos romanos dizem que no aramaico, Cephas sifnica pedra. Mas, no aramaico, Cephas não é traduzido por Pétra, pedra, mas por Pétros, fragmento de pedra (Jo 1:42).
9) Pedra Pétra é radical, e Pedro Pétros, deriva-se de Pétra, e não Pétra de Pétros; assim como Cristo não vem de cristão, mas cristão de Cristo.
10) O catolicismo romano diz que se Cristo é o fundamento não pode ser o edificador. Mas aqui há uma superposição de imagens como em João 10 Jesus diz que ele é o pastor e também a porta.
11) No Antigo Testamento Pétra nunca é usado para qualquer homem, mas só para Deus (Is 28:16; Sl 118:22).
12) Pedro mesmo declara que Cristo e não ele é a Pedra (At 4:11-12; 1 Pe 2:4-9)
13) Paulo claramente define que Cristo é a Pedra (1 Co 3:11; 10:4; Ef 2:20).

2. A afirmação de que Cristo entregou as chaves do Reino apenas para Pedro está equivocada
1) As chaves não foram dadas só a Pedro (Mt 18:18; 28:18-20);
2) As chaves representam a pregação do evangelho. A chave é o evangelho (At 2:14-41; 15:7-11);
3) Pedro usou essas chaves para abrir a porta do reino para os judeus (At 2) para os samaritanos (At e para os gentios (At 10);
4) Cristo é a porta do céu (Jo 10:9).
5) Só Cristo tem o poder de abrir e fechar a porta (Ap 3:7);

3. A vulnerabilidade de Pedro para ser a pedra fundamental da igreja
1) Pedro, o contraditório – Imediatamente depois de afirmar a messianidade e a divindade de Cristo, tenta impedi-lo de ir a cruz, pelo que é chamado de Satanás (Mt 16:22-23).
2) Pedro, o desprovido de entendimento – Logo em seguida, na transfiguração sem saber o que falava, tentou colocar Jesus no mesmo nível de Moisés e Elias (Mc 9:5-6).
3) Pedro, o autoconfiante – Disse para Jesus que ainda que todos o abandonassem, ele jamais o faria e que estaria pronto a ir com Cristo tanto para a prisão como para a morte (Lc 22:33-34; Mt 26:33-35), mas Jesus o alertou que ele o negaria naquela mesma noite, três vezes, antes do galo cantar.
4) Pedro, o dorminhoco – No Getsêmani, o auge da grande batalha travada por Cristo, Pedro não vigia com Cristo, mas dorme (Mt 26:40).
5) Pedro, o violento – Pedro sacou a espada no Getsêmani e cortou a orelha de Malco (Jo 18:10-11), no que foi repreendido por Cristo.
6) Pedro, o medroso – Quando Cristo foi preso, Pedro passou a segui-lo de longe e não foi ao monte do Calvário (Lc 22:54).
7) Pedro, o discípulo que nega a Jesus – Pedro negou, jurou e praguejou, dizendo que não conhecia Jesus (Mt 26:70,72,74). A Igreja de Cristo não pode estar edificada sobre nenhum homem.

4. O primado de Pedro não é reconhecido pelos demais apóstolos
1) Pedro não nomeia apóstolo para o lugar de Judas – O único caso de substituição de apóstolo, Matias no lugar de Judas, não foi uma escolha de Pedro (At 1:15-26).
2) Pedro obedece ordens dos apóstolos – Pedro é enviado juntamente com João pelos apóstolos a Samaria em vez de Pedro enviar alguém. Ele obedece ordens, em vez de dar ordens (At 8:14-15).
3) Pedro não dirige o primeiro concílio da igreja – As decisões doutrinárias da igreja não decidas por Pedro. Ainda, o primeiro concílio da igreja cristã em Jerusalém foi dirigido por Tiago e não por Pedro (At 15:13-21).
4) Todas as vezes que os discípulos discutiram quem era o mais importante entre eles, recebeu de Cristo severa exortação – Em três circunstâncias os discípulos discutiram a questão da primazia entre eles, e Cristo os repreendeu (Mc 9:35; Mt 20:25-28; Lc 22:24).
5) O ministério de Pedro foi designado por Deus como dirigido principalmente aos judeus e não aos gentios – O apóstolo dos gentios foi Paulo enquanto Pedro foi o apóstolo dos judeus (Gl 2:7-8).
6) Pedro não é primaz de Jerusalém – Paulo o chama de coluna da igreja, juntamente com outros apóstolos, mas não o menciona em primeiro lugar (Gl 2:9).
7) O pastor das igrejas gentílicas não é Pedro e sim Paulo – Paulo não se considera inferior a nenhum apóstolo (2 Co 12:11) e diz que sobre ele pesa a preocupação com todas as igrejas (2 Co 11:28).
Pedro é repreendido pelo apóstolo Paulo – Pedro tornou-se repreensível em Antioquia, no que é duramente exortado por Paulo (Gl 2:11-14).
9) No Novo Testamento os apóstolos se associam como iguais em autoridade – Nenhuma distinção foi feita em favor de Pedro (1 Co 12:28; Ef 2:20). Paulo não deu prioridade a Pedro quando combateu a primazia dada por um grupo a Pedro, equiparando-o a si e a Apolo, dando suprema importância apenas a Cristo (1 Co 1:12).

5. Pedro não reivindicou autoridade papal
1) Pedro não aceitou veneração de homens – Quando Cornélio ajoelhou diante de Pedro, e o adorou, ele imediatamente Pedro o levantou e disse: “Ergue-te, que eu também sou homem” (At 10:26). Nem mesmo Pedro tentou perdoar pecados (At 8:22).
2) Pedro autodenominou-se apenas servo e apóstolo de Cristo – Quando Pedro escreveu suas cartas, se fosse papa, teria que defender seu primado, mas não o fez (1 Pe 1:1; 2 Pe 1:1).
3) Pedro considerou-se presbítero entre e não acima dos demais – Pedro reprovou a atitude de dominar sobre o rebanho e chamou a si mesmo de presbítero entre e não acima dos demais (1 Pe 5:1-4).
6. Pedro não foi bispo da Igreja de Roma e possivelmente nem tenha estado em Roma

· De acordo com a tradição do catolicismo romano, Pedro foi bispo da igreja de Roma, 25 anos, de 42 a 67, quando foi crucificado de cabeça para baixo por ordem de Nero.

1) A Bíblia não tem nenhuma palavra sobre o bispado de Pedro em Roma – A palavra Roma aparece apenas 9 vezes na Bíblia e Pedro nunca foi mencionado em conexão com ela. Não há nenhuma alusão a Roma em nenhuma de suas epístolas. O livro de Atos nada mais fala de Pedro depois de Atos 15, senão que ele fez muitas viagens com sua mulher (1 Co 9:5). A versão católica Confraternity Version traduz esposa por irmã, mas a palavra grega é gune e não adelphe.
2) Não há nenhuma menção de que Pedro tenha sido o fundador da igreja de Roma – Possivelmente os romanos presentes no Pentecoste (At 2:10-11) foram os fundadores da igreja.
3) No ano 60 d.C., quando Pedro escreveu sua primeira Carta, não estava em Roma – Pedro escreveu essa carta do Oriente e não do ocidente – Ele estava na Babilônia, Assíria e não em Roma (1 Pe 5:13). Flávio Josefo diz que na província da Babilônia havia muitos judeus.
4) Paulo escreve sua carta à igreja de Roma em 58 d.C. e não menciona Pedro
· Nesse período, Pedro estaria no auge no seu pontificado em Roma, mas Paulo não dirige sua carta a Pedro e dirige a carta à igreja como seu instrutor espiritual (Rm 1:13).
· No capítulo 16, Paulo faz 26 saudações aos mais destacados membros da igreja de Roma e não menciona Pedro.
· Se Pedro já era bispo da igreja de Roma há 16 anos (42-58), porque Paulo diz: “Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados” (Rm 1:11)? Não seria um insulto gratuito a Pedro? Não seria presunção de Paulo com o papa da igreja?
· Se Pedro fosse Papa da igreja de Roma por que Paulo diz que não costumava edificar sobre o fundamento de outrem: “esforçando-me deste modo por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15:20)? Paulo diz isso que Pedro não estivera nem estava em Roma.
5) Paulo escreve cartas de Roma e não menciona Pedro
· Enquanto Paulo esteve preso em Roma, (61 a 63 d.C.) os judeus crentes de Roma foram visitá-lo e nada se fala de Pedro, visto que os judeus nada sabem acerca dessa “seita” que estava sendo impugnada. Se Pedro estava lá, como esses líderes judeus nada sabiam sobre o cristianismo? (At 28:16-30)
· Paulo escreve várias cartas da prisão (Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemon) em Roma e envia saudações dos crentes de Roma às igrejas e não menciona Pedro.
· Durante sua segunda prisão, Paulo escreveu sua última carta (2 Tm), em 67 d.C. Paulo diz que todos os seus amigos o abandonaram e que apenas Lucas estava com ele (2 Tm 4:10-11). Pedro estava lá? Se Pedro estava, faltou-lhe cortesia por nunca ter visitado e assistido Paulo na prisão.
6) Não há nenhum fato bíblico ou histórico em que Pedro transfira seu suposto posto de papa a um outro sucessor
· Não apenas está claro à luz da Bíblia e da história que Pedro não foi papa, como também não há nenhuma evidência bíblica ou histórica de que os papas são sucessores de Pedro.
7) Os pais da igreja e os reformadores não acreditaram no bispado de Pedro em Roma
· Nenhum dos pais da igreja primitiva dá um apoio à crença de Pedro fosse bispo em Roma, até Jerônimo no século quinto. Assim, o catolicismo romano edifica o seu sistema papal, não sobre a doutrina do NT, nem sobre fatos da história, mas apenas sobre tradições sem fundamento.
· Calvino diz: “Posto que os escritores estão de acordo em que Pedro morreu em Roma, não o contraditarei. Mas que haja sido bispo de Roma, sobretudo, por muito tempo, não há quem me possa fazer crer” (Instituta Vol. 2, p. 884).

II. O PAPA USURPA DE FORMA BLASFEMA O LUGAR DA TRINDADE

1. O papa usurpa o lugar de Deus Pai
1) O papa usurpa o lugar de Deus Pai, quando se chama Papa, pai da igreja – A palavra papa, significa pai e nesse sentido Jesus disse que não podemos chamar a ninguém de pai (Mt 23:9).
2) O papa usurpa o lugar de Deus Pai, quando se diz infalível – o dogma romano diz que o papa, ao falar ex cathedra é infalível. Como pode ser infalível aquele que criou tantos dogmas contrários às Escrituras: veneração de imagens, intercessão pelos mortos, canonização de santos, confessionário, transubstanciação, purgatório, confessionário, culto a Maria, etc. Em 1870, no concílio vaticano, foi firmado o dogma da infalibilidade do papal.

2. O papa usurpa o lugar de Deus Filho
1) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz a pedra fundamental da igreja
· No Antigo Testamento a pedra é sempre uma metáfora para Deus (Is 28:16; Sl 118:22).
· Cristo disse que ele é a pedra (Mt 21:42).
· Pedro disse que Cristo é a pedra (At 4:11-12; 1 Pe 2:4-6).
· Paulo disse que Cristo é o único fundamento (1 Co 3:11) e que os apóstolos são o fundamento secundário (Ef 2:20).
· Paulo diz que Cristo é a pedra (1 Co 10:4).
2) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz Sumo Pontífice – A palavra sumo significa supremo e pontífice, vindo do latim pontifix = construtor de pontes. Sumo pontífice é supremo mediador. Isso contraria o ensino bíblico de 1 Tm 2:5; Jo 14:6.
3) O papa usurpa o lugar de Cristo quando se diz cabeça e chefe da igreja – A teologia do catolicismo romano ensina que o papa é o cabeça e chefe da igreja militante, purgante e triunfante. Isso contraria o ensino da Bíblia (Ef 1:22; 5:23). O próprio Pedro chama Jesus de supremo pastor (1 Pe 5:4). Se a igreja pode ter duas cabeças, então a mulher pode ter dois maridos (Ef 5:23).
4) O papa usurpa o lugar de Cristo quando reivindica preeminência jurisdicional – O único que têm preeminência na igreja é Cristo (Cl 1:18).

3. O papa usurpa o lugar do Espírito Santo
1) O papa usurpa o lugar do Espírito Santo quando ele se diz o Vigário de Cristo na terra – a palavra vigário significa substituto. O substituto de Cristo é o Espírito Santo e não o papa (Jo 14:16,17,26; 15:26; 16:7-11,13).
2) A presença de Cristo no meio da igreja (Mt 18:20; 28:20) dá-se não pela presença do papa, mas pela presença do Espírito Santo – O papa está em Roma, não tem a capacidade de estar em todo lugar, em todo o tempo. Mas o Espírito Santo sim, está em nós e conosco, sempre!
3) A Bíblia fala de um vigário espúrio de Cristo – O anticristo também é um substituto espúrio de Cristo (2 Ts 2:4,9,10). O prefixo anti = am vez de, em lugar de. O papa está mais para o papel de anticristo, do que para o papel de legítimo substituto de Cristo, uma vez que esse é o papel do Espírito Santo.

III. ASCENSÃO E DECADÊNCIA DO PAPADO NA HISTÓRIA

1. Até o quarto século a igreja cristã nada tinha a ver com o catolicismo romano
· A igreja primitiva ou cristã não era romana. Não havia nenhuma denominação. A igreja era fiel à doutrina apostólica. Era uma igreja ortodoxa, fiel, santa e mártir.
2. Depois da conversão do imperador Constantino o Cristianismo foi declarado religião oficial do império
· Isso corrompeu a igreja pouco a pouco. A porta de entrada da igreja passou a ser a conveniência e não a conversão. As pessoas vinham para a igreja trazendo suas crendices e doutrinas pagãs. Ao se declararem cristãos, as pessoas recebiam as benesses do governo em vez de perseguição. A igreja encheu-se de gente não convertida.
3. A disputa de poder eclesiástico se estabelece nas principais igrejas
· Não tardou para que os bispos das principais cidades começassem a disputar a primazia, especialmente entre as 5 principais cidades do império: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
· No concílio de Nicéia em 325 foi reconhecida aos bispos de Alexandria e Antioquia jurisdição sobre suas províncias, tal como a que o bispo de Roma exercia sobre a província romana.
· O concílio de Calcedônia 451 manteve a mesma posição.
4. O imperador Focas nomeou Gregório I, o bispo de Roma, como bispo universal
· Em 604 d.C., o imperador Focas nomeou Gregório I, bispo universal, mas ele rejeitou o título, dizendo que quem o aceitasse deveria ser considerado precursor do anticristo.
· Em 607 d.C., Focas nomeou Bonifácio III, como bispo universal e ele aceitou o título e aí começou a instituição do papado e o catolicismo romano. Os primeiros 600 anos da era cristã nada sabem sobre qualquer supremacia espiritual da parte dos bispos de Roma. O Catecismo de New York diz: “O papa é o verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o pai de todos os cristãos. Ele é governador infalível, o instituidor dos dogmas, o autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, o árbitro do mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, não sendo ele julgado por ninguém na terra.”
· A coroa tripla que o papa usa simboliza sua autoridade no céu, na terra e no inferno: sobre a igreja militante, purgante e triunfante.
5. O papa Nicolau I (858-867) foi o primeiro a usar a coroa, servindo-se do documento espúrio AS FALSAS DECRETAIS DE ISIDORO
· O cânon Niceano, reconhecendo a paridade de jurisdição de Alexandria, Antioquia e Roma, cada qual em seu próprio território, apareceu na tradução latina com o título: “Roma sempre teve o primado”.
· A frase de Agostinho: causa finita está causa est; á decidida, foi mudada para Roma locuta est; causa finita est: Roma falou, decidiu-se a causa, e foi assim citada no Manual de Catecismo de Pio X.
· A mais influente fraude documental da História foram as Decretais de Isidora, que apareceram em 853 e foram utilizadas por Nicolau. Essas decretais foram incorporadas ao Direito Canônico e por 600 anos continuaram a ser usadas como a prova máxima da supremacia papal sobre a Igreja e o Estado. Segundo o pseudo-Isidoro, a sé romana é “a cabeça, o coração, mãe e cúpula de todas as igrejas” e não está sujeita a tribunal algum. Esse documento falso, forjado, supondo ser um documento do II e III séculos, exaltava o poder dos papas e legitimava o papado desde o apóstolo Pedro.
· As “pseudas decretais de Isidoro” selaram a pretensão do clero Medieval com o sinete da antiguidade e o papado que era recente tornou-se coisa antiga. Esse maior imbuste da história antecipou o papado em 5 séculos.
6. O papado como infalível corrompeu-se moral e teologicamente
· O papado na Idade Média tornou-se opulento econômica e politicamente. Também corrompeu-se ao extremo.
· Embora historicamente os papas se considerassem infalíveis, esse dogma só veio a ser definido no Concílio Vaticano em 1870, no tempo de Pio IX.
· Os papas, dizendo-se infalíveis em matéria de fé e moral, entraram em contradição, instituíram a inquisição (Inocêncio III, em 1215 instituiu a inquisição papal. Inocêncio IV, quinze anos depois, legalizou a tortura. Em 1478, Sixto IV sancionou a inquisição Espanhola. A inquisição romana foi organizada por Paulo III e administrada com zelo especial por Paulo IV 1555-1559. Leão X afirmou que a queima de dissidentes religiosos era de expressa revelação do céu.
· Os papas dizendo infalíveis declararam heréticas as descobertas científicas. De Copérnico. Galileu Galilei foi preso em Florença por defender que a terra gira em torno do sol. Em 1633 ele foi julgado pela inquisição e precisou se retratar para não ser queimado.
· O papa, sendo infalível, criou muitos dogmas contrários às Escrituras, ao longo da história:
a) 431 – Culto a Maria: Mãe de Deus, Imaculada, Intercessora, Co-Redentora, Assunto aos céus.
b) 503 – Purgatório.
c) 787 – Culto às imagens.
d) 913 – Canonização dos santos.
e) 933 – canonização dos santos
f) 1184 – Inquisição – Na Idade Média, na Pré-Reforma, no Concílio de Trento, na Pós-Reforma. Os jesuítas – A companhia de Jesus, o braço da inquisição. O francês calvinista Jacques Le Balleur foi assassino pelo santo canonizado Anchieta no Rio de Janeiro em 9/2/1558.
g) 1190 – A venda das indulgências.
h) 1216 – Institui-se a confissão.
i) 1215 – Decretam a transubstanciação.
j) 1546 – No concílio de trento – incluem os livros apócrifos.
k) 1854 – Dogma da Imaculada Conceição.
l) 1870 – Dogma da infalibilidade papal.
m) 1950 – Dogma de assunção de Maria.
· John Wycliff considerou o bispo de Roma não como vigário de Cristo, mas como o homem do pecado.
· John Huss acusou os doutores da igreja de colocar o papa em paridade com o Espírito Santo.
· Lutero dizia que as falsas pretenções do papa concorda tanto com o governo dos apóstolos como Lúcifer com Cristo, o Inferno com o céu, a noite com o dia.
· Calvino entendiam que o papa é uma figura do anticristo.
· Tyndale chamava o papa de anticristo e o catolicismo romano como a prostituta de Babilônia.
· O prefácio da Bíblia King James, 1611, chama o papa de “o homem do pecado”.
· A Confissão de Fé de Westminster fala que o papa é o anticristo, o homem do pecado, o filho da perdição.
7. O papa muda de tática no Concílio Vaticano II
· A partir de João XXIII a igreja mudou de tática e passou a dar uma ênfase ecumênica. Tanto João XXIII, como Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, trabalharam nessa direção. A questão não é mudança de convicção, mas de tática. Roma é sempre a mesma.
· Em vigência, porém, está a constituição dogmática LUMEM GENTIUM do Concílio Ecumênico Vaticano II, promulgado em 21 de Novembro de 1964: “Pois o romano pontífice, em virtude do seu múnus de vigário de Cristo e pastor de toda a igreja, possui na igreja poder pleno, supremo e universal”.
· Joseph Ratzinger disse que as outras igrejas não são co-irmãs, mas procedentes do romanismo.
8. As encíclicas e bulas papais hoje já não são mais levados a sério pelos fiéis católicos
· O catolicismo está perdendo seus fiéis a cada ano. Na Europa as igreja estão vazias. Na América Latina O catolicismo perde fiéis aos milhares a cada ano.
· O povo que se diz católico não obedece as bulas e encíclicas papais, daqueles a quem consideram infalível.
· Não obstante nos últimos anos, Roma teve papas respeitados pela sua firme posição moral e esforço nas causas políticas e sociais, e religiosas como João XXIII, Paulo VI, João Paulo II, e agora Bento XVI, o catolicismo romano não pode ser considerado uma legítima vertente do Cristianismo bíblico e apostólico.

CONCLUSÃO
1. A verdade sempre traz benefícios – As nações que cresceram sugando o leite da verdade, colonizadas pelo protestantismo foram nações ricas, fortes, prósperas, enquanto as que cresceram sob o báculo do papa, foram nações pobres e atrasadas. A Reforma não foi um desvio da Igreja Romana, mas uma volta ao Cristianismo apostólico.
2. O ecumenismo é uma armadilha para neutralizar o avanço evangelístico da igreja – A proposta ecumênica encantou os evangélicos ingênuos e paralisou o ímpeto evangelístico da igreja protestante.
3. A apologética não pode ser um fim em si mesmo – A igreja precisa conhecer a verdade, viver a verdade proclamar a verdade. A igreja de Éfeso na defesa da fé perdeu o amor. Devemos os católicos e evangelizá-los. Uma das melhores maneiras de evangelizar um católico é ensinando para ele o catolicismo.

Rev. Hernandes Dias Lopes

Fonte: Gospel Prime


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