quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Orações para Maria.


Nos inúmeros hinos e antífonas que exprimem essa oração [...] confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus,”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2675
este culto encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, “resumo de todo o Evangelho”.”
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 971
    A Igreja Católica é famosa por sua imensa grade de orações, ladainhas e rezas. A mais famosa de todas as orações Católicas é sem dúvida a “Ave Maria”.
Essa oração está presente em esmagadora maioria no chamado rosário mariano. . O rosário é dividido em terços, que são filetes com cerca de 60 contas onde cada uma representa uma oração a ser feita. Um terço conta com cinquenta Ave-Marias e apenas dez Pai Nossos, isto é, para cada um Pai Nosso, reza-se dez Ave-Marias; assim, são feitas dez vezes mais orações à Maria do que a Deus. Isso é fato e qualquer Católico sabe muito bem disto. Aliás, em uma de suas diversas “aparições”, Maria teria pedido aos seus fiéis Católicos do mundo todo que não deixassem de rezar o rosário – que são três terços, totalizando trinta Pai Nossos e cento e cinquenta Ave-Marias.
Particularmente, considero isso um absurdo teológico. A Bíblia não nos ensina em lugar algum a orar a Maria. Em nenhuma passagem das Escrituras existe alguma ordem ou algo que dê margem a tal atitude. A Bíblia é enfática até demais na singularidade de devoção que Deus exige de nós. Pergunto: por que motivo alguém faz uma oração para Maria? A Bíblia ensina-nos a fazer isso?
O Catecismo da Igreja Católica faz uma análise de cada uma das frases que compõe a oração Ave-Maria nos parágrafos 2676 e 2677. Eu também gostaria de fazer tal análise, comparando as frases da oração com o que nos ensina a Bíblia Sagrada, que é a Palavra viva de Deus:
Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco
Este é o começo da oração e já identifica seu alvo: Maria. Em toda a Bíblia, as orações dos servos de Deus têm como alvo o Deus Todo-Poderoso e quando esta oração é direcionada a qualquer criatura torna-se uma oração idólatra. Basta ler a Bíblia para constatar este fato: “Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei.” (Jr 29:12). Somente Deus deve ser o alvo de nossas orações, pois ele diz: “Fala aos Filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 18:2).
Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus
Esta é a declaração que Isabel fez à Maria quando esta foi visitá-la (Lc 1:39-56). Segundo o clero romano, esta é uma forte prova da superioridade de Maria às demais criaturas. Na verdade, não há nada demais na declaração de Isabel. Realmente Maria é bendita entre as mulheres, pois recebeu privilégio peculiar de ser a Mãe de Jesus, porém, isto não significa que ela é superior às demais criaturas. Um exemplo é Jael mulher de Heber: “Bendita entre todas as mulheres será Jael” (Jz 5:24). Perceba que Jael também é chamada de bendita entre todas as mulheres. Seria Jael superior às demais criaturas?
Maria foi uma serva fiel de Deus, portanto é bendita como todos os servos de Deus são benditos (leia Dt 28:1-6; Mt 25:34).
Santa Maria, Mãe de Deus,”
Aqui começa a segunda parte da oração, onde Maria é chamada de “Mãe de Deus”. Este título também sugere um erro teológico. O Catolicismo afirma acertadamente que Jesus é Deus; porém, erra ao dizer que, como Maria é mãe de Jesus, ela é mãe de Deus.
Jesus tinha duas naturezas: humana e divina. Ele era o Deus-Homem. Maria não era mãe da natureza divina de Jesus, mas tão somente da natureza humana. Maria não gerou em seu ventre o Deus Jesus Cristo, pois este já existia antes dela; ela gerou o Jesus Homem. Portanto, Maria não é mãe de Deus, mas sim, mãe de Jesus homem.
Felizmente – e isso não é surpresa nenhuma – a Bíblia chama Maria de mãe de Jesus em várias passagens (veja Jo 2:1,3; At 1:14), mas nunca a chama de mãe de Deus.
Rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte
Este é o fim da oração, onde a intenção é clamar pela intercessão (ou mediação ?) de Maria. Sobre esta parte, diz o Catecismo da Igreja Católica: “Pedindo a Maria que reze por nós, reconhecemo-nos como pobres pecadores e nos dirigimos à “Mãe de misericórdia”, à Toda Santa”. Interessante não é mesmo? Maria aqui é chamada de “Mãe de misericórdia” e de “Toda Santa”. A Bíblia frequentemente afirma que “o Senhor teu Deus é Deus misericordioso” (Dt 4:31- Êx 34:6; Ne 9:31; Sl 116:5; Jl 2:13) e não obstante afirma isto de Jesus também (Hb 2:17). Por isto Deus nos diz: “Quando pois clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso.” (Êx 22:27).
Amigo Católico, como o Catolicismo pode sugerir que Maria pode usar de misericórdia e Deus não? Por que devemos nos dirigir à “Mãe de misericórdia” e não ao Deus de misericórdia? A Bíblia afirma que “A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lm 3:22-23). Recorramos ao Deus de toda misericórdia, pois como a própria Maria disse, “a sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem” (Lc 1:50).
Outra coisa interessante que o Catecismo fala sobre esta última frase da oração é: “Entregamo-nos a ela “agora”, no hoje de nossas vidas. E nossa confiança aumenta para desde já entregar em suas mãos “a hora de nossa morte”.”. É isso que a oração Ave-Maria diz quando reza: “agora e na hora de nossa morte”. Perceba que a Igreja Católica escreve “desde já entregar em suas mãos a hora da nossa morte”. Será que é isso que Jesus nos ensinou? Devemos deixar nossa vida nas mãos de Maria?
Quando Jesus morreu na cruz ele orou dizendo: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23:46), o que mais tarde foi repetido por Estêvão: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito.” (At 7:59). A Bíblia nos ensina a deixar nossa vida aos cuidados de Jesus, pois ele é o Salvador (Lc 2:11; Jo 4:42; Ef 5:23; Fp 3:20; 2Tm 1:10 ) e o único caminho até o Pai (Jo 14:6; 1Tm 2:5; Hb 7:25;). Ele mesmo diz: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá;” (Jo 11:25).
Pensem os Católicos sinceros: Aos cuidados de quem você deixará sua vida? Maria deixou a vida dela aos cuidados de Deus (Lc 1:38), devemos imitá-la, deixando nossa vida aos cuidados de Deus, e somente dele.
O terço na verdade é uma tipificação de todas as orações da Igreja Católica. Em um terço, a oração Ave-Maria é repetida cinquenta vezes sem a alteração de nenhuma palavra. Jesus nos ensina a fazermos diferente: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; “ (Mt 6:7). Jesus define a repetição de palavras como uma prática característica de pessoas que não têm um relacionamento com Deus, que oram a deuses mortos. As orações grafadas na Bíblia são espontâneas e não repetições. Por que Deus se agradaria de palavras repetidas?
Uma coisa interessante sobre este fato é que Deus pode ouvir nossas orações, pois ele é Onisciente e Onipresente (Sl 139:7-10; Mt 18:20; Jo 16:30). Desta forma, Deus pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e ouvir todas as pessoas do mundo ao mesmo tempo. Maria é uma criatura, portanto é finita e não poderia ouvir as diversas petições de milhares de pessoas do mundo todo ao mesmo tempo. Como ela pode ouvir e entender a oração de cada um se ela não é Onisciente nem Onipresente?
Extraído do livro “O Catolicismo Romano e a Bíblia” – Rafael Nogueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário